terça-feira, 28 de setembro de 2010

O bambu é oco, vazio de si mesmo

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou:

Vovô, corre aqui ! Me explica como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com chuva, eeste bambu tão fraco continua de pé ?

Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.


A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.

Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.

Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sòzinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem
dos predadores.

A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.

A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” ( e não de eu’s ). Como ele é ôco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.

A sexta verdade é que o bambu é ôco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser ôco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.

Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá: ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.


Do Livro “Buscando as coisas do Alto”
Padre Léo


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Há milhares de anos, o bambu tem servido de referência de sabedoria para os taoístas e está presente em pinturas, em poemas e na decoração dos lares japoneses e chineses.

Pouca gente no mundo já viu sementes de bambu. O bambu leva cerca de vinte anos para florir e produzir sementes. Algumas espécies podem demorar até cem anos para dar sua primeira florada! Isso significa que quatro gerações de seres humanos podem viver sem jamais ver suas flores e sementes. Como se percebe, o bambu não tem pressa nenhuma para fazer o que tem de ser feito.

O bambu, quando plantado por semente, tem uma maneira peculiar de brotar e crescer que chamou a atenção dos chineses e se tornou uma grande lição de sabedoria. A semente, depois de colocada no solo, demora muito tempo para apresentar sinais externos de que vai vingar. No início, a semente se transforma num bulbo e depois de algum tempo surge um pequeno broto. Esse broto permanece inalterado sob o solo por um longo período.

Passam-se meses e o broto não cresce. Passa-se um ano, dois anos e ainda não se percebe nenhum crescimento fora da superfície. Todo o desenvolvimento do bambu acontece debaixo da terra e ninguém vê. Durante um longo período, as raízes se aprofundam e se espalham pela terra, palmo a palmo, em silêncio. Três, quatro anos depois, as raízes continuam a construir uma rede compacta de ramificações, mas o broto permanece do mesmo tamanho. Somente depois que as raízes já atingiram dezenas de metros, ao longo de cinco anos de incessante trabalho, é que o broto começa a se projetar para fora da superfície. Aí, em pouco tempo, o bambu cresce vertiginosamente e atinge a altura de 25 metros!

Ilusão do sucesso imediato

Ao observar o comportamento do bambu, os chineses descobriram a importância da paciência e da determinação. Os taoístas dizem que “as plantas do pântano crescem rapidamente, mas são fáceis de serem arrancadas”. Crescer em pouco tempo não significa estabilidade. Quanto mais rápido for o crescimento, menos estável será a planta, porque não haverá tempo para uma estruturação interna, para um enraizamento que dê segurança. Num paralelo à vida humana, se tivermos pressa, poderemos acabar construindo alguma coisa em cima de um solo movediço, sem firmeza, como num pântano. E todo o esforço será em vão.

Muitos ganham fama e uma grande soma de dinheiro em pouco tempo e perdem tudo em pouco tempo. O erro fatal é acreditar que o crescimento rápido e espetacular é mais importante do que construir uma base sólida. O trabalho de estruturação, assim como o enraizamento do bambu, é algo demorado, feito longe da vista das pessoas, no anonimato, mas só assim é possível desenvolver a convicção de estar construindo algo verdadeiro, duradouro e firme. Só assim é possível construir algo estável, bem enraizado.

Primeiro se funda o alicerce, depois se constroi a estrutura externa. Essa lição do bambu é válida para todos os campos da nossa vida, tanto no profissional, empresarial, pessoal, como no afetivo. Precisamos ter intenção e objetivos claros, plantar a semente no solo, iniciar o processo e ter determinação para esperar com paciência o momento certo para ver realizado o que se planejou. Sem paciência, nada é possível.

Paciência é fruto da confiança.

O Taoísmo prega a paciência como uma das grandes virtudes da pessoa. A paciência é conseqüência da confiança. Todo o tempo de espera é tempo de crescimento e de aprendizagem. Ou, no mínimo, é uma oportunidade de exercitar a paciência, a perseverança e a determinação. “Os anos ensinam coisas que os dias desconhecem”.

Se não temos confiança na vida e nos processos naturais, somos tomados pelo medo e pela angústia. Os sábios sabem que a tranqüilidade e a confiança na vida e na Natureza preservam o equilíbrio interior e permitem que as ações sejam mais eficientes e sábias.

O tempo é um aliado.

Confie no futuro e viva o presente. Não se permita sofrer pensando em coisas que talvez possam acontecer, ou não, mais para a frente. A ansiedade atrapalha demais a vida das pessoas. Não adianta se preocupar demais com as coisas do futuro. O melhor é cuidar adequadamente das coisas possíveis do presente.
“O sábio não deixa seus pensamentos irem além da situação em que se encontra”, diz o I Ching – O livro das mutações. “Os pensamentos devem se limitar à situação de fato, ao contexto atual da vida”. “Todo pensar que vai além do momento presente, apenas faz sofrer o coração”. Os sábios diziam que o tempo não é nosso inimigo, mas nosso aliado. Para nós, ocidentais, o tempo come as pessoas, consome nossas vidas. Interessante a palavra “Oriente” (como oposto a Ocidente): ela parace indicar que é lá que obtemos a correta Orientação, e aqui no Ocidente acabamos tendo muitos Acidentes…

Os chineses têm uma relação diferente com o tempo. Para eles, as coisas acontecem no tempo. Tudo se realiza porque existe o tempo. O presente é o tempo da realização, o momento em que as coisas estão sendo realizadas. Para os sábios orientais, nada é mais concreto do que o momento presente. O passado e o futuro são conceitos abstratos e irreais. Para eles, só existe o presente. Só se pode atuar de forma concreta no presente, nunca no passado ou no futuro. Tudo que aconteceu no passado é fato consumado, não há mais nada que se possa fazer. Podemos aprender com o passado, mas não podemos alterá-lo. O futuro ainda virá e o máximo que podemos fazer é preparar o terreno no agora, como quem prepara a terra para a lavoura, ou como quem planta uma semente de bambu. Os sábios confiam porque sabem que existe algo superior, que rege todos os fenômenos da vida.

Fonte: http://mariozjota.wordpress.com/

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